A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) iniciou neste mês uma campanha contra o uso de andadores para bebês. Considerado desnecessário e principal causador de acidentes entre as crianças de seis a 15 meses de idade, a entidade quer abolir o uso no Brasil.
Para a SBP, há pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o equipamento. A mobilidade deixa os bebês mais independentes, o que os expõe a perigos, como escadas, piscinas e fogões. Um terço das lesões causadas são graves, geralmente fraturas, traumas cranianos e queimaduras, que necessitam de hospitalização.
A pesquisadora sueca Ingrid Emanuelson publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos, na qual revela que o andador é o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground. No Canadá, desde 2007 é proibido vender, importar e fazer propaganda de andadores.
Atraso no desenvolvimento
Os pediatras afirmam que o andador é desnecessário. O equipamento pode atrapalhar o desenvolvimento infantil: bebês que utilizam o equipamento levam mais tempo para ficar em pé e caminhar sem apoio, engatinham menos e têm resultados menores nos testes de desenvolvimento. Aquela conversa de que o aparelho favorece a marcha é balela porque o bebê ainda não tem a musculatura preparada para se manter ereto.
A SBP entende que o andador prejudica também o exercício físico: embora ele confira agilidade, a criança gasta menos energia tentando alcançar e pegar o que lhe interessa.
A segurança dos andadores e as providências sobre a proibição do uso devem ser discutidas em breve entre a SBP e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Segurança
No site Conversando com o Pediatra, as famílias podem conferir informações da SBP sobre o desenvolvimento das crianças. Uma das recomendações indica que se o adulto não tiver condições de ficar o tempo inteiro monitorando o bebê, é mais seguro colocá-lo em um cercado com brinquedos. Outra dica é proteger o ambiente onde a criança vive: colocar grades e redes nas janelas e fechar os acessos a escadas e piscinas.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria